A Armadilha Invisível do Like: o preço da autoestima online

Descubra como as redes sociais afetam sua autoestima. Entenda as armadilhas invisíveis do like e aprenda estratégias para usar a internet de forma saudável.

SAÚDE MENTALDESENVOLVIMENTO PESSOAL

Iury Ramos

8/29/20253 min read

Redes sociais e autoestima: armadilhas invisíveis do like

O like é instantâneo. A autoestima, não.

Vivemos em uma época em que um toque na tela pode influenciar como nos sentimos sobre nós mesmos. As redes sociais viraram uma vitrine de momentos lapidados — conquistas, viagens, rotinas editadas — e, atrás de cada curtida, há um mecanismo poderoso: a busca por validação. É aí que moram as armadilhas que corroem, aos poucos, a autoestima.

Por que o like mexe tanto com a gente?

Receber curtidas ativa circuitos de recompensa no cérebro, associados ao prazer e à antecipação. Isso aumenta a vontade de postar mais para sentir de novo a mesma satisfação. Quando a resposta do público não atinge nossa expectativa, surge frustração, comparação e a sensação de insuficiência. É um ciclo que captura atenção e emoção.

Comparação social: o jogo que você sempre perde

No feed, quase nunca vemos a vida real — apenas versões filtradas. Comparar-se a esse padrão idealizado enfraquece a autoestima e distorce a percepção do que é normal. Com o tempo, isso pode gerar:

  • Ansiedade e sentimento de inadequação;

  • Perfeccionismo e medo de errar em público;

  • Dificuldade para reconhecer as próprias conquistas;

  • Desvalorização pessoal e dependência de aprovação externa.

Sinais de que sua autoestima ficou refém das redes

  • Você apaga postagens que não “performam”.

  • Seu humor varia de acordo com curtidas e comentários.

  • Você checa estatísticas repetidamente e perde tempo de sono.

  • Evita postar algo autêntico por medo de críticas.

  • Sente que “não é suficiente” quando vê a vida dos outros.

Plano prático em 3 camadas para proteger a autoestima

Camada 1 — Higiene digital

  • Defina um limite diário de uso e desligue notificações não essenciais.

  • Curadoria do feed: siga contas que informam, inspiram e respeitam seu tempo.

  • Reserve janelas sem tela (manhã cedo, refeições, antes de dormir).

Camada 2 — Reforço interno

  • Diário de conquistas: escreva 3 vitórias pequenas por dia, fora da internet.

  • Autocompaixão na prática: fale consigo como falaria com um amigo.

  • Rotinas de autocuidado offline (sono, movimento, lazer, vínculos presenciais).

Camada 3 — Relação madura com métricas

  • Crie um delay: só checar interações 1–2 vezes/dia.

  • Substitua metas de números por metas de processo (ex.: postar 1x/semana com propósito).

  • Estabeleça dias off de redes sociais e regras pessoais para postagens.

Para pais e educadores: o que observar

  • Mudanças bruscas de humor ligadas ao uso do celular.

  • Queda de rendimento escolar e isolamento social.

  • Padrão de sono irregular por uso noturno de tela.

  • Comentários autodepreciativos após comparar-se com colegas.

Dica: negocie acordos claros de uso, promova conversas sobre comparação social e incentive hobbies fora da tela.

Quando buscar apoio profissional

Se o uso das redes está afetando seu sono, trabalho/estudos, vínculos ou seu humor de maneira persistente, vale procurar um(a) psicólogo(a). A terapia oferece estratégias personalizadas para reconstruir uma autoestima que não dependa de curtidas.

Autoestima além do like

As redes são ferramentas potentes de conexão e aprendizado. O problema não está nelas, e sim no modo como nos relacionamos com elas. Quando a autoestima nasce de autoconhecimento, valores e hábitos, as redes voltam a ser um espaço — e não um espelho.

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