Ansiedade na Adolescência: como reconhecer e apoiar jovens em crise
Este conteúdo aborda os sintomas da ansiedade, a influência da escola, família e redes sociais, e apresenta orientações para familiares e educadores ajudarem adolescentes ansiosos.
SAÚDE MENTALANSIEDADE
Iury Ramos
9/29/20253 min read


Ansiedade em Jovens e Adolescentes: como reconhecer, compreender e enfrentar esse desafio crescente
Um guia claro e aplicável para famílias, escolas e jovens: sinais, causas e estratégias práticas para lidar com a ansiedade no cotidiano.
A adolescência sempre foi um período de transformações intensas, mas nos últimos anos o peso emocional vivido por jovens cresceu de forma alarmante. A ansiedade, que já era comum, se tornou um dos principais motivos de queixas psicológicas nessa faixa etária, sendo amplamente discutida em pesquisas, escolas e famílias. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 10% a 20% dos adolescentes no mundo apresentam algum transtorno mental, e a ansiedade está entre os mais frequentes.
No Brasil, o cenário se intensifica em períodos de provas, vestibulares e especialmente às vésperas do ENEM. A busca por desempenho, somada às pressões sociais e às comparações constantes nas redes, transforma o cotidiano dos jovens em uma rotina de cobranças e inseguranças.
O que é ansiedade e quando se torna um problema?
A ansiedade é uma emoção natural, ligada à preparação para desafios. Sentir-se ansioso antes de uma prova ou apresentação, por exemplo, é esperado. O problema acontece quando esse estado se torna constante, intenso e interfere na vida diária.
Entre os principais sinais de ansiedade em adolescentes estão:
Preocupação excessiva e persistente;
Medo de falhar ou de não ser aceito;
Alterações no sono (insônia ou excesso de sono);
Dores de cabeça, náuseas ou palpitações;
Irritabilidade, choro frequente e dificuldade de concentração;
Evitação de situações sociais ou escolares.
Quando a ansiedade passa a paralisar, gerar sofrimento intenso ou impedir a rotina normal, é preciso atenção profissional.
Fatores que alimentam a ansiedade nos jovens
Diversos elementos contribuem para esse aumento, sendo alguns mais evidentes no contexto atual:
Pressão acadêmica: provas, vestibulares e exigências escolares elevadas;
Comparação nas redes sociais: exposição constante a padrões irreais de sucesso, beleza e vida “perfeita”;
Expectativas familiares: cobranças implícitas ou explícitas de desempenho, carreira e futuro;
Incertezas sobre o futuro: crises econômicas, mudanças sociais e inseguranças profissionais;
Fatores biológicos: predisposição genética e alterações hormonais típicas da adolescência.
Como apoiar jovens e adolescentes ansiosos
O enfrentamento da ansiedade exige tanto estratégias individuais quanto suporte familiar e social.
No nível individual
Desenvolver técnicas de respiração e relaxamento;
Criar uma rotina de sono adequada;
Praticar exercícios físicos, que reduzem a tensão e aumentam o bem-estar;
Evitar o uso excessivo de telas, especialmente antes de dormir;
Praticar autocompaixão e reconhecer os próprios limites.
No nível familiar e escolar
Manter diálogos abertos e acolhedores;
Reduzir a cobrança exagerada por desempenho;
Reconhecer esforços, e não apenas resultados;
Buscar orientação psicológica quando os sintomas persistirem;
Criar espaços de escuta sem julgamentos.
Estratégias práticas para momentos de crise
Em situações de ansiedade aguda, algumas ações simples podem ajudar a aliviar o mal-estar:
Exercício da respiração 4-7-8: inspirar por 4 segundos, segurar por 7 e expirar lentamente por 8;
Aterramento sensorial (5-4-3-2-1): notar 5 coisas que pode ver, 4 que pode tocar, 3 que pode ouvir, 2 que pode cheirar e 1 que pode saborear;
Pausa ativa: levantar, alongar-se ou caminhar por alguns minutos para reduzir a tensão.
Essas técnicas não substituem acompanhamento psicológico, mas podem ajudar no manejo imediato da ansiedade.
O papel da psicoterapia
A psicoterapia, especialmente as abordagens cognitivo-comportamentais, tem eficácia comprovada na redução da ansiedade em adolescentes. Ela ajuda a identificar pensamentos distorcidos, desenvolver novas formas de enfrentamento e fortalecer a autoestima. Em alguns casos, pode ser necessária também a intervenção médica, com avaliação psiquiátrica.
A ansiedade em jovens e adolescentes é um tema que precisa ser levado a sério. Não se trata de “drama” ou “frescura”, mas de uma condição que pode comprometer o desenvolvimento emocional, acadêmico e social.
Reconhecer os sinais, criar um ambiente de acolhimento e buscar ajuda profissional são passos essenciais para transformar essa fase em um momento de aprendizado e fortalecimento, e não de sobrecarga. O futuro depende não apenas de boas notas, mas de jovens emocionalmente saudáveis e confiantes em si mesmos.
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